12 de junho de 2014


Estima-se que a comunidade pesqueira de origem açoriana que deu origem à ocupação moderna no Cabo de Santa Marta tenha chegado no início do século XX, atraída pela fartura de peixes encontrado na "esquina do Atlântico". Parte fundamental da identidade cultural da região, hoje a pesca artesanal ainda é a principal atividade econômica para os moradores locais, junto com o turismo, que traz renda nos feriados e meses de verão.



Nativo de Jaguaruna, o sr João Lucindo é um desses homens que fez a vida como pescador artesanal e vive desde os anos 60 no morro do Farol de Santa Marta, onde formou uma extensa família a partir da vida simples em contato com o oceano. Suas lembranças revivem a quase deserta localidade pesqueira, de onde tirava o seu sustento nas generosas safras de tainha e anchovas, que hoje se reduzem diante de questões como a sobrepesca e a pesca industrial.


12 de agosto de 2014

Representando uma geração mais recente de pescadores, por muitos anos Fabiano Laureano da Silva de 42 anos participou de grandes pescarias de anchovas e olhetes na Pedra do Campo Bom (Laje da Jagua), em caravanas com mais de vinte barcos com sete tripulantes cada.

Mas tudo mudou na noite em que sua embarcação naufragou ao ser atingida por uma onda na laje e desapareceu para sempre nas cavernas submersas. "Eu fui o último a ser resgatado e depois não encontramos mais nada, nem o motor do barco", relata ele, admitindo que criou um trauma do local e nunca mais voltou lá.

Essas e outras muitas histórias ele nos contou com riqueza de detalhes depois de nos servir um típico almoço de peixe fresco a milanesa no tradicional Restaurante da Valda, de propriedade de seus pais e localizado há mais de trinta anos no morro do Farol. 



Em outras saídas registramos também a movimentação de barcos nos ranchos de pesca na Praia do Cardoso - em especial no rancho do sr, Helder - , onde se concentra a comunidade centenária de pescadores artesanais do Farol.



Já do lado norte da Barra da Laguna, registramos a famosa e singular pesca com auxílio de botos, um patrimônio cultural e turístico do muncipio de Laguna, com o espetáculo diário proporcionado pelos golfinhos em sua interação com os pescadores.

Mais ao sul, acompanhamos a rotina da também tradicional pesca de tarrafa na Barra do Camacho que divide os municipios de Laguna e Jaguaruna e a beleza cênica de um por do sol com as canoas de pesca de camarão na Lagoa da Cigana.


Segundo João Lucindo, a partir da Barra do Camacho em direção ao sul, a pesca artesanal é realizada por grupos de "pescadores ciganos", que exploram o extenso e desprotegido litoral de mar aberto além da fronteira com o Rio Grande do Sul, percorrendo as praias com seus barcos sobre caminhões.