As relações do homem com o tempo, a memória, e suas paisagens afetivas, contempladas a partir da ligação entre o Farol de Santa Marta e a Pedra do Campo Bom, no litoral sul de Santa Catarina.
A Pedra e o Farol é um documentário da Scult Filmes aborda de forma artística e informativa, a íntima relação entre o Farol de Santa Marta e a Pedra do Campo Bom, estabelecendo o seu decisivo papel histórico e cultural no desenvolvimento da região costeira de Laguna e Jaguaruna (SC), que reúnem paisagens de beleza singular no litoral brasileiro.
Produzido com recursos da Lei Federal de Incentivo a Cultura, o filme contou com patrocínio da empresa GAM / Farol Shopping e teve o seu lançamento oficial realizado no dia 11 de agosto de 2016.
O Argumento
A inflexão do Cabo de Santa Marta define uma mudança dramática na geografia da costa catarinense, marcando o ponto onde o litoral sofre uma mudança de orientação da faixa litorânea para o sudoeste e deixa de oferecer qualquer abrigo natural para as embarcações que por ele navegam.A partir deste ponto, onde está localizado o imponente Farol de Santa Marta – o maior das Américas -, temos o inicio de uma paisagem de praias de mar aberto, dunas de areia e vegetação baixa que se estende sem grandes alterações por 500 km até a barra do Rio Grande, no extremo sul do país.
Localizada 18 km ao sul do Farol e a 5kms da praia do Arroio Corrente em Jagauruna, , a Pedra do Campo Bom - também conhecida como Laje da Jagua e Parcel do Campo Bom -, em seu ponto mais elevado, produz poderosas ondas em alto mar, originadas do encontro das grandes ondulações que se chocam contra a rasa bancada oceânica.
Uma parede de pedras que se levanta das profundezas do oceano e provou-se, ao longo da história, uma armadilha fatal para embarcações que cruzavam o mar alto e agitado na costa desprotegida, onde os ventos fortes e intensos castigam por dias a fio. Trazidas de encontro à laje e aos baixios litorâneos, muitas embarcações que vinham do Rio da Prata na Argentina e Uruguai encalharam e naufragaram nestas águas, que ficaram conhecidas como um “cemitério de navios” - e suscitaram lendas sobre os seus perigos naturais.
Esta formação rochosa submarina, que pode ser avistada a 5,3 km da costa, em frente à Praia do Arroio Corrente (Jaguaruna), possui cerca de dois quilômetros de extensão e pode apresentar, em certos dias do ano e de acordo com as marés, uma profundidade de apenas meio metro, o que propicia ondas gigantes e de alta magnitude. Vista a olho nu da praia, a laje se revela apenas numa eventual e pequena espuma branca no horizonte. De perto, sua formação expõe a força latente do oceano.
Neste cenário inóspito, a luz do imponente Farol de Santa Marta tornou-se o guia de salvação para os viajantes de mares do Atlântico Sul em sua rota de colisão com a temível formação rochosa. Um local hoje conhecido em todo Brasil como Laje da Jagua, apelido dado pelos surfistas que há poucos anos passaram a desafiar as suas ondas poderosas para praticar este esporte de alto risco.
A construção do Farol também influenciou todo o desenvolvimento social da região, que ao longo do tempo se transformou, de uma pequena e isolada comunidade de pescadores, em um destino de férias que hoje atrai turistas das mais diversas procedências.
Dos registros pré-históricos do chamado “Homem do Sambaqui”, passando pelas primeiras colônias de pescadores açorianos, até a atual expansão turística com diversos balneários de veraneio e esportes aquáticos, a presença imponente do Farol se impõe como um elemento de magnetismo catalisador de toda a ocupação humana em seu entorno.
Do mesmo modo, a Laje da Jagua, como ficou conhecida, tornou-se um atrativo sítio de pesca esportiva e ganhou reconhecimento nacional por produzir ondas gigantes para a prática do surfe rebocado por jet-skis (tow-in) sediando inclusive dois campeonatos da modalidade reunindo os principais expoentes do esporte no Brasil. Um universo de história e ação a ser contemplado no documentário A Pedra e o Farol.
Locações
A Pedra do Campo Bom e o Farol de Santa Marta representam mais do que importantes marcos geográficos do litoral sul de Santa Catarina. O resgate dos muitos fatos históricos que cercam estes dois locais, intimamente ligados em sua existência, permite traçar um panorama sobre o desenvolvimento da região de Laguna e Jaguaruna, que reúne paisagens litorâneas de beleza singular no território brasileiro.O Farol de Santa Marta foi construído em 1890 para proteger as embarcações que navegavam pelo traiçoeiro mar aberto do litoral sul do país, onde muitos navios acabavam naufragando ao chocar-se contra a ponta da laje de pedra submersa conhecida como Pedra do Campo Bom a 5 quilômetros da costa em Jaguaruna.
Partindo destes dois marcos geográficos, o documentário A Pedra e o Farol se propõe a resgatar os muitos registros históricos da ocupação humana em torno desta região e oferecer um retrato contemporâneo de sua realidade atual, onde comunidades nativas convivem com o grande fluxo de veranistas que são atraídos pelas belezas naturais das praias da região e esportes como a pesca submarina e o surfe de ondas gigantes em alto mar.
Especificações Técnicas
Versão oficial: Longa-metragem com 108 minutosDVD - Documentário digital média-metragem de 52 minutos
Captação e finalização em qualidade HD (high definition) – padrão NTSC, 24 fps
Legendas em português, inglês e espanhol
Produtora
"A Pedra e o Farol" é um projeto da SCULT Filmes, empresa sediada em Florianópolis, com reconhecida atuação cultural na mídia eletrônica, impressa e audiovisual - com destaque para a produção do documentário longa-metragem “Pegadas Salgadas”, filme premiado no Edital de Cinema de Santa Catarina 2009 e licenciado para exibição em 2012 no Canal Off (Globosat).Diretor
Luciano Burinlucianoburin@gmail.com
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