A região a sul do Cabo de Santa Marta, no litoral catarinense provou-se ao longo da história, uma armadilha natural para embarcações que cruzavam o mar alto e agitado na costa desprotegida, onde os ventos fortes e intensos castigam por dias a fio.
Trazidas de encontro à laje e aos baixios litorâneos e, desorientadas pela neblina e o mau tempo, muitas embarcações que vinham do Rio da Prata na Argentina e Uruguai naufragaram nestas águas, que ficaram conhecidas como um “cemitério de navios” e suscitaram lendas sobre os seus perigos naturais.
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Mesmo após a construção do Farol de Santa Marta em 1891, com seu feixe de luz vermelha destinado a orientar as embarcações a desviarem da rota em direção à Pedra do Campo Bom (Laje da Jagua), ainda assim, muitas embarcações vieram a encalhar e naufragar na costa das praias de Jaguaruna.
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A recuperação digital dos arquivo de slides fotográficos do sr. Gentil Reynaldo, que entre os anos 40 e 70 documentou muitos destes encalhes - como o dos cargueiros Buenos Aires (1946) e Loid Paraguai (1953) e Guaratinga (1954) -, oferecem, em mais de uma centena de fotogramas, um registro instigante sobre o desenvolvimento desta região litorânea nos últimos setenta anos, divulgando e preservando as memórias destes eventos para as futuras gerações.
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"É bom que se diga que um navio naquela época era uma curiosidade extraordinária quando encalhado no quebra-mar já que só se tinha conhecimento do mesmo lá no horizonte. Guardadas as proporções era mais ou menos como se hoje víssemos um disco-voador pousado ao lado da rodovia federal", observa o engenheiro Evaldo Ávila, que guarda um acervo com muitas destas imagens.